Uma pequenina amostra daquilo que se viu no cortejo etnográfico que deliciou muitos milhares de forasteiros.
Uma vez mais, numa das lindas terras do Minho, as Feiras Novas de 2008, proporcionaram dias e noites de alegria e confraternização, como só o povo do norte sabe fazer. Então se falarmos de alegria contagiante, com notoriedade para as rusgas de concertinas ao desafio ou desgarrada, como cantando as suas modas contagiantes, que levam mesmo o forasteiro menos avisado ou habituado a este ambiente a, sem se dar por isso, ao som de alegria imensa do toque das gaitas, concertinas, acompanhar o movimento daqueles milhares de bailadores ou dançarinos, e logo se dão conta que ali a dança e o som é mesmo outra coisa!!!
Vi pessoas, muitas, que dizem ter visto pela primeira vez uma romaria destas e ficarem simplesmente com vontade de voltar para o ano.
Poderíamos muito bem imaginar aqui, três gerações no mesmo momento, no mesmo sitio, na mesma alegria de participar numa romaria onde novos e menos novos, manifestam de igual modo a sua vontade de mostrar como é
bom e bonito manifestar as suas emoções num dia tão especial.
Poderia ser a avó e a neta, que bons anos depois já aqui está para dar continuidade a uma romaria que vem de tão longe no tempo.
Oiçam só esta deliciosa passagem:
Na nossa deambulação por entre tantos grupos de concertinas que atraiam tudo e todos, e em cada um dava para ficar a ver e ouvir, porque são sempre diferentes, a dado momento, das milhares de pessoas que se movimentam à nossa frente, vão a passar devagar duas jovens, bonitas o que não é difícil nestas terras e, ao passar à nossa frente, na sequência do que vinham falando, uma diz, com um ar simplesmente radiante;
"Não há dinheiro, mas há alegria..."
Esta gente que muito trabalha, com a natureza um pouco contra, pois tem mais chuva e frio do que no resto do país.
Porque tem fé e tem ancestralmente o culto da religião, reza, canta e chora...
Mas como todos sabem, nas suas festas, mesmo aquelas só das sua aldeias, canta e mostra como ninguém uma invulgar alegria, e nota-se o lindo som e toque da concertina, e outros instrumentos.
No sábado o dia esteve bom até ao fim da tarde, o cortejo foi uma maravilha de manifestação da sua cultura.
Á noite, começou a chover e só quem esteve lá pode realmente ter a noção de como se vive estes acontecimentos.
Mesmo chovendo, os grupos de concertinas e paralelamente grupos onde se dança e se dá largas a uma alegria contagiante, cada grupo com um toque e modas diferentes, a noite continua e continuam a descer por todos os lados grupos e mais grupos de gente de todas as idades, que fazem fervilhar o ambiente com aquele som agradável das gaitas vs CONCERTINAS, habilmente manejadas.
Vejam uma das muitas pérolas que a concertina ajuda a encher o ar de gozo:
Menina que está dormindo
entre dois lençóis de linho
viradinha prá parede
com a mão no passarinho
E tantas outras com este ar brejeiro que inevitavelmente pede que o tempo passe devagar.
Bem haja toda esta gente por ser assim feliz e proporcionar a quem os visita estes momentos de boa disposição, que todos bem necessitam.
Obrigado Ponte de Lima, até para o ano.
Aqui e na esperança de para o ano voltar e aproveitar melhor ainda estas manifestações, fico com a lembrança das duas de muitos milhares de meninas que como as desta história sentem que não vale muito a pena cair na lama só porque um punhado de makakos estúpidos e vigaros, fazem com que muitos não consigam perceber a mensagem delas, em última instância:
"NÃO HÁ DINHEIRO, MAS HÁ ALEGRIA".
Eu saúdo as pessoas como estas que pensam que talvez venham por aí dias melhores.
Até lá, façam como as gentes do Minho, vivam com alegria, mesmo que a porca da vida não seja tão boa de momento.
Até sempre.
PS:- Se passarem em Ponte de Lima, não se esquivem a parar um momento nos "TELHADINHOS". Depois não veham dizer que não os avisei.
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