O "nosso povo" tem por vezes coisas bastante interessantes, algumas delas vistas à distância, ficam como o Porto, mais refinadas com o passar do tempo.
Há coisas que se contam, que são meras histórias, contadas para entreter ou, parafraseando outras mas com nova roupagem, que no fim são na mesma para entreter.
Esta é verdadeira, e passou-se numa localidade entre Santiago e Beja. Onde nesse tempo havia bichesa mais brava e doente que alguns adeptos "doentes" do "foot"...
Aconteceu um dia, logo a seguir ao 25A, em 74 ou 75. Um desses indivíduos passados do clima, que ainda agora há por aí, que gostam muito de dar nas vistas, mesmo que seja por algo sem interesse, mas varrido de todo!!! Julgando-se inteligente, um belo dia, depois de fazer a sementeira de um quarteirão de cebolas, mesmo junto à estrada, lembra-se de mostrar a sua destreza e faz um grande cartaz, tipo o espantalho que os lavradores fazem, para escorraçar os pardais e escreve em letras garrafais e encarnadas:
"A terra é de quem a trabalha".
E ufano do seu enorme feito, prantou-o ali mesmo a meter-se com quem passava na curva da estrada.
O tempo passou célere e enquanto o diabo coça os tomatitos, as cebolitas estão a crescer a bom ritmo, dava gosto olhar para elas, pois a terra era mesmo de boa qualidade.
É bom dizer que este era mesmo daqueles que falava demais, ultrpassava o arado e a enxada, mas só de conversa, e teve a sorte de fazer aquela plantação vistosa. Já todo o mundo que ali passava, via a hora de o homem começar a sua colheita, pois via-se que as cebolas estavam mesmo a pedir ser retiradas da terra... Eis senão quando um belo dia de manhã cedo, as pessoas ao passar começaram a desconfiar dum letreiro que já não parecia o mesmo.
Ao repararem melhor, viram que era mesmo um novo e dizia uma outra verdade, que não foi nada do gosto do dono das cebolas, dizia assim;
"E as cebolas são de quem as colhe..."
Pois claro, alguém esperto, passou ali de madrugada e colheu as cebolas deixando esta recordação amarga ao homem que, conta a história, nunca mais quis armar-se em Xico esperto.
Moral da história? Cada um tire a sua, mas como na tropa, não nos devemos armar em espertos mas passar o mais despercebido e fazer aquilo que deve ser feito, nada de mal acontece...
Um grande fim de semana, como espero que seja o meu, lá pelas bandas do verde Norte, adoro aquele ar puro...
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