Ontem em Sines, celebrou-se mais um aniversário da Marinha Portuguesa..
Exposições, demostrações na baía, visitas a vários navios, cerimónia habitual na marginal, com desfile de forças em parada. Tudo muito bonito de se ver, num dia mesmo a jeito para se estar ao ar livre, á sombra era melhor, pois o sol queimou bem a pela de muita gente.
E, muita gente foi o que se viu nestes dias, mais ontem, que fizeram enormes "bichas..." para tentarem visitar as várias unidades atracadas para o efeito.
Quem estava na marginal, podia ver uma moldura enorme de "povo" em todos os lugares possíveis pela encosta acima e mesmo nos muros do castelo. Cá em baixo na marginal, claro que era mesmo um turbilhão de formigas de duas pernas... Muitas, muitas...
Num destes momentos, enquanto aguardava a sequência de acontecimentos programados, lembrei-me duma história fixe, que mete armas, e passada cá no alentejo. E vou contá-la em baixo, para desejar a todos uma boa semana que começa logo, logo...
E foi assim que tudo se passou:
O tio Manel, ali prás bandas de "Ferrêra", lavrador desafogado na vida, mas pouco saído da aldeia, um dia pensou; quero comprar uma espingarda, uma caçadeira, mas quero mesmo uma coisa boa, do melhor que haja...
Deu conhecimento à mulher que deu o seu aval à operação e lá vai o ti Manel, à eapingardaria, ver se encontrava a tal espingarda, que deveria ser mesmo especial, com muita força, coisa que ele tinha bem entranhado como sendo o essencial; a espingarda devia ter muita força...
Das várias que lhe foram mostradas, não encontrou nada que o convencesse e decidiu que talvez indo a Lisboa, onde iria pela primeira vez, talvez tivesse mais sorte. E um dia logo a seguir, meteu pés ao caminho e ruma a Lisboa na "camenéti...".
Procurou em alguns sítios e já quási a desistir, pois a tal especial não lhe parecia encontrar, lá se convenceu a seguir o conselho dum vendedor, que lhe diz ser aquela uma coisa fora de série, era capaz de deitar um camelo por terra, tal era o "coice" que dava no acto de disparar. E convencido, regressa a casa já noite alta.
No dia seguinte, depois de contar todas as peripécias à mulher, convida-a para ir ver experimentar a marota, coisa que fazia pela primeira vez. E lá vão para o campo, num sítio ermo e com muito espaço, não fosse andar por ali gente e ter um acidente. Escolhe uma árvore grande, com uma bela sombra e, coloca pregado no seu tronco, um cartão onde desenhou um círculo, para orientação dos seus tiros de treino e experiência.
Afasta-se, aconselha a mulher a resguardar-se mas sempre com o olho nele e, nas calmas, aponta na direcção da árvore, ao círculo no papel e, "catrapum...". Um estrondo, um valente coice e, silêncio por uns segundos. A mulher ficou sem fala, mas o ti Manel, em tom de grande orgulho em si mesmo, diz;
Maria, esta "balhana" é mesmo do melhor. É certo que deu mesmo um valente coice, mas a pôrra da árvore até desapareceu da minha frente... UÁÁÁUUU.....
Passados momentos, depois de recuperar da estupefacção, a ti Maria diz;
Atão homem dum cabrão, como queres tu ver a árvore se estás aí de patas pró ar a olhar pró céu? Vê mas é se te levantes depressa...
Moral desta história; nunca se enganem fàcilmente, pois muitas vezes o que parece, não é...
Uma grande semana para todos...
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