Ainda bem que os espanhóis cultivam os tomates e muito mais, em quantidades enormes, e só assim ao contrário dos portugueses, que muitas vezes nem tomates têm para comer... Se tivessem, se fossem mais sérios, se tivessem um pouco que fosse, de respeito por todos nós, não estavamos (portugal) a passar por esta vergonha, que só mostra o nível geral dos que estão em lugares de decisão, (salvo raras excepções...). Estou a falar do futebol luso.
E vai daí, eu pensar que os nossos vizinhos mais a leste, (vulgo espanhóis...), se poderem dar ao luxo de "porrarem" a quantidade de tomates que bem lhes apetecer, que não irão passar fome.
Todos os anos, na última quarta-feira de Agosto, na localidade de Buñol, Valência,acontece a famosa "tomatina". É uma enorme batalha campal/tomatal, onde se usam só tomates maduros, vermelhinhos e riginhos. Nada de tomate podre como se vê nalguns lugares à venda e para alimentação do pessoal, fogooo...
Algumas curiosidades à volta desta festa única e de grande impacto, pois leva a Buñol pessoas de todo o mundo, que se deslocam com o intuito primordial de assistir e até participar na "tomatina", são bem interessantes:
Por exemplo, o que deu origem a esta festa tão única e com tanto peso na região e não só; Por volta de 1944, e nesta data, apareceram na pequena localidade, como por cá também sabemos, grupos políticos a vender a sua banha da cobra, em tempo de propaganda vs eleições.
Nessa altura, não havia a tecnologia de hoje para fazer ouvir-se em público, usavam-se aqueles instrumentos tipo corneta/funil para ampliar o som. Punham-se na praça central e vá de fazer barulho. O pessoal no outro lado da rua, farto deles, começou a atirar tomates, de tal modo que acertando no dito (funil/corneta), deixou.os entupidos e assim deixaram de piar. Claro que foram à vida...
No ano seguinte na mesma data, repetiram a festa mesmo já com os próprios vizinhos e assim nasceu a tradição que foi crescendo exponencialmente, pois na altura eram meia duzia de gatos pingados. As autoridades não contribuiam porque não estavam de acordo com a festa, tendo mesmo Franco proibido a festa. De tal modo que só nos anos 70 se reiniciaram, cada vez mais vigorosas e hoje já a autarquia financia e participa em tudo. O tempo muda tudo...
Nos dias de hoje, a autarquia compra +- 130 mil quilos de tomates maduros, que faz transportar em vários camiões. No dia da festa, pelas 11 horas, um foguete anuncia o inicio da dita, começando a surgir lentamente o primeiro camião, que dentro do recinto onde já as pessoas estão em estado de grande euforia, ao passar pelos festeiros, que a cada ano que passa vão sendo mais aos milhares, 35/40.000), vai fazendo as primeiras vitimas ao atirar com a maior força possivel em direcção a todos, os tomates que vão explodindo nas trombas de quási todos, pois os atiradores são exímios... E no inicio ainda estao inteiros e os estragos são maiores. Aí já está tudo a apanhar o que resta no chão, cada vez mais em pedaços e a guerra é total e é a doer.
Nos ultimos anos, nos dias desta festa a população desta terra quadruplica, sendo que por norma, só os participantes na batalha campal/tomatina, anda entre 15 a 20 mil pessoas.
O tempo de duração da batalha é de 2 horas. Volta a ouvir-se um morteiro e todo o mundo acaba a guerra. Quem for apanhado a pegar num tomate vai logo ao castigo e paga uma multa. Nesse momento todos vão junto do rio para se lavarem e voltam de seguida para as casas afim de mudar a roupa pelos trapos da guerra. Curioso mesmo é, a partir do momento em que termina a batalha, de imediato surgem máquinas e trabalhadores que lavam ruas, paredes, tudo o que está completamente pintado de vermelho, a prória rua é vermelha e liquida. Quando, dentro de pouco tempo, os guerreiros vão subindo para irem vestir-se normalmente nas suas casas, jáo não há vestigios da batalha, tudo está impecável como se nada tivesse acontecido. Isto é eficiência. O resto já sabem, um bom almoço e uma boa sesta e amanhã é outro dia.
Passem em Buñol na última quarta-feira de Agosto e vão ficar bem dispostos e com apetite de voltar...
Os meus links